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Adega Mãe abre restaurante

Sal na Adega é o nome do novo restaurante que vem complementar a oferta de enoturismo da Adega Mãe.

Quando no final de 2011 Bernardo Alves inaugurou o novo projecto familiar – a Adega Mãe – situada na Quinta da Archeira, em Torres Vedras (região de Lisboa), sempre teve a noção da importância do enoturismo e do seu desenvolvimento. Foi assim que, ao longo dos anos, foi organizando actividades ao redor do vinho que também contribuíram para construir e tornar visíveis as suas marcas de vinho.  Além da loja onde os visitantes adquirem vinhos,  utensílios para vinho e diversos objectos de merchandising, a adega promove visitas guiadas e wine tastings, workshops, refeições gastronómicas, exposições de arte e outras actividades onde a imaginação é o limite. Mais recentemente, o investimento na abertura de um restaurante era quase inevitável, afinal, a Adega Mãe nasce do investimento do Grupo Riberalves no vinho, e o vinho é uma das melhores harmonizações com o rei bacalhau.  

Foi assim que se aproveitaram alguns espaços do exterior da adega, agora fechados, para dar lugar ao restaurante. «Pensei primeiro num pequeno espaço, situado logo a seguir à loja, onde os visitantes pudessem petiscar alguma coisa. Mas depois começámos a inspirar-nos, a ver que havia espaço e acabámos também por fazer, além do restaurante, um pequeno lounge com wine bar, e uma zona de petiscos», revela Bernardo Alves. Esta área, funcional e requintada, tem 48 lugares sentados (24 em cenário de pandemia, com a certificação oficial Clean & Safe), com vista para a bonita paisagem de vinhas que domina a região. A carta é responsabilidade do chef Tiago Velez.

Para fazer o restaurante, aproveitou-se algum do espaço exterior da adega, que foi fechado.
O wine bar também serve de suporte ao serviço de enoturismo e ao restaurante
A zona do lounge encontra-se entre o wine bar e a sala de petiscos
A gastronomia portuguesa, em especial os pratos de bacalhau, é valorizada no Sal na Adega


Para Bernardo Alves, a visão foi sempre olhar o enoturismo como muito mais do que um produto: «O enoturismo é o melhor embaixador da nossa marca, do nosso vinho e da nossa região. Não concebemos uma adega sem que esta esteja disponível 365 dias por ano, aberta às pessoas, à experiência das visitas, das provas e das harmonizações gastronómicas. O restaurante Sal na Adega é mais um grande passo, no sentido de partilharmos o que de melhor nos oferece o terroir atlântico e a nossa cozinha tradicional», afirma. E remata: «Quis o destino que esta abertura se desse em plena pandemia, mas nem por isso baixámos os braços ou refreámos o nosso entusiasmo. Implementámos as medidas necessárias e estamos seguros de que iremos contribuir para valorizar ainda mais o turismo de Lisboa e da sua região vitivinícola».

Uma carta de sabores tradicionais

Como não podia deixar de ser, na carta do restaurante Sal na Adega evoca-se desde logo o produto de mar. A vocação atlântica, pela geografia, pelo terroir vínico ou até pela ligação ao Grupo Riberalves, é inspiradora dos mais diversos pratos de bacalhau (cachaços, línguas, samos e ceviches), mas também de outros sabores marítimos como o choco ou o polvo, os carabineiros, o peixe no sal ou na grelha. As carnes também estão presentes, começando pelo tradicional cabrito, borrego ou cozido à portuguesa, ou mesmo os chuletons preparados no fogo. «Procuramos, acima de tudo, que seja um restaurante familiar, com muito Portugal e muito amor», explica o chef Tiago Velez, autor de um serviço permanentemente desafiado pelos vinhos do enólogo Diogo Lopes. «Teremos toda a gama da Adega Mãe disponível, um total de 27 referências, entre brancos, tintos, rosés e espumantes, entre vinhos de lote e monocastas, propondo as mais diversas harmonizações, sempre dentro do perfil atlântico que nos define», revela o enólogo.

O Chefe Tiago Velez, ladeado pelo enólogo Diogo Lopes (à esq., na foto) e Bernardo Alves, proprietário da Adega Mãe (à dirt)


Velez nasceu em Lisboa mas cresceu no Entroncamento. Em casa, comia-se bem, os pais eram adeptos de cozinha ribatejana e alentejana, e avó cozinhava-lhe deliciosas sopas e ele próprio gostava de ir para a cozinha experimentar receitas, nomeadamente bolos com que presentava a mãe quando regressava a casa. Não foi por isso de estranhar que se tenha formado em cozinha, em 2006, na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril. Desde então, passou pelo Choupana Gordinni (São João do Estoril), integrou na área do catering a Missão da Presidência Portuguesa da União Europeia; em 2014 juntou-se a Ljubomir Stanisic, no Bistro 100 Maneiras, para preparar a abertura do projeto Omali São Tomé e, em 2017, ao regressar a Portugal depois de um tempo por terras africanas, foi Chef do Grupo Sem Espinhas, onde trabalhou quase exclusivamente o peixe, incontornável nas suas cartas. Em 2019, após mais uma experiência no lisboeta Jaquinzinho, aceitou o convite para ser chefe do restaurante Sal na Adega, desde que abriu, pouco antes do início da pandemia.