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Adega Mãe investe em Agricultura Biológica Regenerativa

Lançado no ano passado, é o primeiro vinho que a Adega Mãe produz a partir de Agricultura Biológica e Regenerativa, elaborado com quatro castas brancas portuguesas, provenientes de vinhas onde se utilizaram técnicas agrícolas sustentáveis que defendem e restauram os ecossistemas naturais.  

A agricultura biológica regenerativa é uma abordagem inovadora que, como o próprio nome indica, combina as regras dos princípios agrícolas biológicos e os da regeneração do solo. Enquanto os primeiros se concentram na não utilização de substâncias químicas sintéticas e promovem práticas agrícolas sustentáveis, a regenerativa vai mais além, visando restaurar a saúde e a biodiversidade do solo, contribuindo assim para ecossistemas mais robustos. Na agricultura biológica regenerativa o solo é considerado um recurso vital e as suas práticas são projetadas para melhorar a sua estrutura, fertilidade e capacidade de retenção de água. Isto geralmente inclui a utilização de técnicas como rotação de culturas, plantio direto, compostagem e o cultivo de plantas de cobertura, que ajudam a manter a cobertura do solo e aumentam a matéria orgânica. Além disso, buscam promover a resiliência dos ecossistemas agrícolas, trabalhando em harmonia com a natureza. Isto envolve a reintrodução de biodiversidade nas áreas cultivadas, a conservação da água e a minimização do uso de maquinaria pesada. Ao adotar esta abordagem, os agricultores aspiram em produzir alimentos saudáveis e contribuir para a restauração ecológica e a sustentabilidade a longo prazo.

Em sintonia com a crescente consciência ambiental e com as tendências mundiais,  a Adega Mãe, em Torres Vedras, tem optado por praticar uma viticultura que respeita cada vez mais a natureza. Prova disso foi o lançamento, o ano passado, do seu primeiro vinho produzido segundo os princípios da agricultura biológica regenerativa, que evidencia um produto de qualidade e um cuidado com a preservação do meio ambiente.

Ao aventurar-se nesse terreno inovador, a Adega Mãe revela o respeito pelos consumidores, cada vez mais preocupados com a origem e a produção dos alimentos, e assume-se como protagonista da revolução sustentável na indústria vitivinícola em Portugal.



O Adega Mãe BIO 2021 foi produzido com quatro variedades (Arinto, Viosinho, Fernão Pires e Alvarinho). «Este é um vinho proveniente de um método agrícola que está a dar os primeiros passos em Portugal, na defesa do equilíbrio dos solos, do ecossistema agrícola e, inclusivamente, da sustentabilidade do negócio. Estamos a reforçar e diferenciar a nossa gama, mas igualmente a valorizar um método de produção do qual podemos retirar ensinamentos e que merece ser apoiado», afirma Bernardo Alves, diretor geral da Adega Mãe. «Este vinho é uma expressão muito genuína do terroir de agricultura regenerativa onde nasce, é um blend com uma enologia de intervenção minimalista. Um branco de frescura atlântica muito pura, de Torres Vedras, com notas cativantes e uma acidez que lhe sugere uma excelente evolução», afirma, por seu turno, o enólogo Diogo Lopes.

Nas vinhas de encosta trabalhadas por Sérgio Nicolau, um dos mais antigos colaboradores da Adega Mãe, a cobertura vegetal, espontânea e com espécies propositadamente introduzidas, é garantia da saúde, da microbiologia e da estrutura do solo. «A erosão é mínima. Os animais também são presença e ajuda preciosa. E, mais do que evoluirmos na dependência de fertilizantes sintetizados, estimulamos a vinha a competir de forma saudável pelos seus nutrientes. Estamos a trabalhar e a estudar este método desde 2018 e os resultados que conseguimos aferir provam que este é o caminho», complementa o especialista.

De aroma vivo e de boa intensidade, com predominância de fruta branca e citrina, revela no paladar uma boa acidez,  corpo médio e equilibrado, e um final vivo com alguma persistência. Uma edição limitada a 3000 garrafas.