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Apita o Comboio… do Vesúvio

Já saíram as novas colheitas de Quinta do Vesúvio e Pombal do Vesúvio. E também uma novidade mais recente, o Comboio do Vesúvio, um vinho frutado e envolvente que nos faz recuar no tempo à histórica e emblemática linha do Douro que vai da Régua ao Tua, passando pela Quinta do Vesúvio.

Existe uma estação de caminho de ferro da linha do Douro que desde 1887 passa dentro da Quinta do Vesúvio, e os comboios que ali passam fazem parte do dia a dia da propriedade. Sendo uma linha férrea indissociável do legado da Quinta do Vesúvio, a família Symington decidiu lançar uma novidade, que é uma bonita homenagem à feliz convivência entre o comboio e a vinha.  ‘Bonito’ é também o vinho. Porque, apesar de ser o mais simples da restante gama, não deixa de surpreender pela sua fruta genuína, pela sua estrutura consistente e pelo seu agradável final de boca. Um tinto que não nos faz duvidar da sua origem, o terroir de excepção da Quinta do Vesúvio.   

A novidade foi produzida com uvas de parcelas seleccionadas, vindimadas manualmente para caixas de 20kg no ponto ótimo de maturação. Na adega fez-se uma primeira triagem manual de cachos, seguida do desengace. Os bagos inteiros foram depois encaminhados para uma segunda etapa de triagem antes de terem sido enviados, por gravidade, para cubas de fermentação, à entrada das quais foram suavemente esmagados. As fermentações foram seguidas de perto, sendo as temperaturas e os movimentos de maceração ajustados em função de provas diárias, de modo a extrair todo o potencial das uvas. Uma vinificação muitíssimo cuidada que deu origem a um vinho equilibrado, sem estágio em barrica, harmonioso, de fruta expressiva e notas vegetais, com ligeiras especiarias. Envolvente, tem uma estrutura fácil mas consistente. É composto por um blend de Tinta Roriz e Touriga Franca em igual proporção (35% cada), Touriga Nacional (25%) e o restante Tinta Barroca.

Este vinho e as novas colheitas foram explicadas por um dos administradores da empresa, Dominic Symington (no centro da foto de entrada); e também pelos enólogos Charles Symington (à dirt. na foto de entrada) e Pedro Correia (à esq. na foto de entrada) , provadas  durante um almoço no restaurante Belcanto, em Lisboa, com diversos pratos preparados pelo chefe José Avillez. E, se no caso do comboio do Vesúvio existe uma complexidade contida, no Pombal do Vesúvio a estrutura é mais marcante e na Quinta do Vesúvio ainda mais.

José Avillez (à esq) com Dominic Symington
Vicky Symington (à esq) e Mariana Brito, Responsáveis da marca Vesúvio



O nome do tinto Pombal do Vesúvio remete para a Vinha do Pombal. Esta vinha, existente na propriedade, é caracterizada pela existência de um antigo e tradicional pombal duriense, e consiste num conjunto de parcelas de Touriga Nacional de grande qualidade, plantadas em 2000 no coração da Quinta, em patamares de 2 bardos, a uma cota que ronda os 200 metros. A produção destas vinhas constitui um componente importante do Pombal do Vesúvio 2019, juntamente com a Touriga Franca proveniente de parcelas do Vale da Teja e da Vinha das Minas, e de uma pequena quantidade de Tinta Amarela da Vinha da Quinta Nova.  Depois de cuidadosamente vinificado, estagiou 8 meses em barricas de carvalho francês de 400 e 225 Litros. De aroma frutado e balsâmico, apresenta ainda notas de resina. No paladar é marcante mas com taninos aveludados e boa frescura.

Por último, o Quinta do Vesúvio.  A Touriga Franca, das parcelas de vinha ao alto do Vale da Teja e a Touriga Nacional, com origem nas vinhas da Quinta Nova, situadas a cerca de 450 metros de altitude, constituem todos os anos os pilares do lote do Quinta do Vesúvio. A vinha da Quinta Nova foi adquirida por D. Antónia Adelaide Ferreira em meados do século XIX, que não terá imaginado que estas vinhas em cota elevada se revelariam tão valiosas para os tintos da propriedade, no início do século XXI.

Elaborado com 51% de Touriga Nacional, 45% de Touriga Franca e 4% de Tinta Amarela, após vinificação cuidada estagiou em barricas de carvalho francês de 400 L e 225 L (80% novas e 20% usadas) durante 14 meses. No aroma é frutado e floral, com notas de especiaria e da madeira onde estagiou. No paladar é um tinto potente mas com todos os elementos equilibrados, madeira bem integrada, boa acidez e final de boca persistente.