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Brancos distintos para brancófilos assumidos

Na sequência dos ensaios desenvolvidos pelo enólogo Diogo Lopes em torno da casta Viosinho, a AdegaMãe acaba de lançar uma nova referência que vem reforçar a sua gama de Vinhos de Parcela, fruto das experimentações nos seus terroirs. A par desta novidade, o produtor renovou também a sua gama de monocastas brancos.  

Quando Bernardo Alves, CEO da AdegaMãe fundou o projecto há mais de uma década, pensava na época que o projecto iria dedicar-se fundamentalmente aos tintos. No entanto, o território, o clima, os enólogos e as vinificações realizadas, fizeram-no mudar de ideias, já que além dos tintos, os brancos também resultavam muito bem. Não é por isso de estranhar que, com o tempo, Bernardo Alves tenha invertido de alguma forma a sua estratégia, e em boa hora, porque se os tintos revelam elevada qualidade e equilibro, os brancos também se evidenciam e seguem a mesma bitola de frescura e elegância.

E é assim que, passado todo este tempo, já com uma gama variada de vinhos - que vão desde os vinhos de entrada aos de topo - o produtor lança agora um novo branco de alta qualidade: o Adega Mãe Parcela Amarela, elaborado 100% com a casta Viosinho, um branco nascido das experimentações do enólogo Diogo Lopes que reitera todo o potencial da casta no terroir de Lisboa e que reforça a nova gama de Vinhos de Parcela deste produtor de Torres Vedras. Uma edição limitada a 1200 garrafas assinada pelo enólogo Diogo Lopes, que desde o início se encontra no projecto juntamente com o seu amigo e mentor, o enólogo Anselmo Mendes: «80 por cento do vinho fermentou em ovo de cimento. O restante lote fermentou em barricas de 400 litros de carvalho francês. É um vinho cheio de originalidade, até pelo ligeiro véu que desenvolveu e que fizemos questão de manter», explica Diogo. E remata: «É uma espécie de grand cru da AdegaMãe, impõe-se com toda a sua qualidade no lote dos principais vinhos brancos, sobretudo nos topo-de-gama. Como monocasta é igualmente uma das nossas principais referências, daí que o nascimento deste Parcela Amarela, feito a partir de uvas muito especiais que temos identificadas num talhão dominado pelo calcário, tenha sido muito natural. Procuramos mais uma vez homenagear e demonstrar o potencial de uma variedade que, estamos seguros, reclama a Região de Lisboa com um dos seus palcos de excelência».

O lançamento deste novo Parcela Amarela é acompanhado pela renovação da gama de monocastas brancos da AdegaMãe, um total de seis referências já conhecidas (Viosinho, Arinto, Alvarinho, Chardonnay, Riesing e Sauvignon Blanc) que têm vindo a destacar o produtor no panorama dos brancos nacionais. «Estamos a aguardar o tempo que estes brancos merecem e a lançá-los mais tarde, já que se tornam ainda mais distintos com alguma evolução em garrafa. O nosso projeto evolui e só confirma, ano após ano, o potencial do terroir atlântico que nos acolhe e que nos consolida como um produtor referência dos brancos de Portugal», afirma confiante, Diogo Lopes.

Embora menos estruturados que o Parcela Amarela, os brancos monocasta apresentam bom corpo e consitência. O Adega Mãe Viosinho 2020 já é um clássico varietal desta casa, fermentado em inox e detentor de fruta genuína, boa acidez e ligeira untuosidade. Simples mas sempre marcante.  É, aliás, neste perfil que também o Adega Mãe Arinto 2019 se destaca, sendo a acidez desta casta a característica mais vibrante do conjunto. A escolha destas castas de enorme frescura não é ao acaso, pois tornam os vinhos mais interessantes e gastronómicos. Por isso a dupla de enólogos trabalha também a casta Alvarinho, também nesta gama de vinhos, uma variedade de enorme riqueza e com grande expressão atlântica. O Adega Mãe Alvarinho 2018  revela-se assim de aroma e paladar frutado, estrutura mediana e com um toque de salinidade mais evidente.

Por último, as castas estrangeiras surgem nos monovarietais Chardonnay, Sauvignon Blanc (ambos de 2020) e no Riesling da colheita de 2019. O Adega Mâe Chardonnay, 100% fermentado em barricas revela bom equilíbrio entre frescura, fruta e tosta; enquanto o Sauvignon Blanc revela a intensidade da casta, num misto de notas tropicais e boa acidez. Um best Zeller muito consistente que tem vindo a crescer na produção e já vai nas 16.000 garrafas. Por último o Riesling, que revela um perfil fresco, integrando notas limonadas, salinas e de boa acidez. A sua evolução em garrafa costuma ser surpreendente.