
Casa da Ínsua, o charme do Dão
Um lugar completo e único do enoturismo português, onde o visitante pode passear nas vinhas e conhecer a adega, participar na vindima quando é a sua época, fazer queijos artesanais e deliciosas compotas.
A Casa da Ínsua, ou Solar dos Albuquerques, é um dos mais interessantes enoturismos do Dão. Foi mandada construir na segunda metade do séc. XVIII, em 1780, por Luís de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, Fidalgo da Casa Real e, mais tarde, Governador e Capitão-General do Estado de Mato Grosso, no Brasil. Nos jardins so seu redor, existem terraços com sebes de buxo e cameleiras, fontes e até um altar ao ar livre.
Há três séculos, a Ínsua fervilhava de actividade. Fornecia pão para a povoação, tinha serralharia, carpintaria e era a única a ter uma fábrica de gelo na região, assim como foi um dos primeiros locais no país a ter energia eléctrica. Primeiro, em 1906, através de um gerador a vapor e, mais tarde, através uma central hidroeléctrica que, em 1913, passou a fornecer não só a quinta como as povoações vizinhas. Das actividades agrícolas sobressaía a produção de frutos, legumes, vinho, azeite e queijo. Actualmente, os visitantes podem participar em algumas destas actividades. Ao raiar do dia, basta ir ter com o pastor Joaquim Rebelo e ordenhar as ovelhas, para depois fazer um requeijão ou queijo artesanal Serra da Estrela DOP. Apanhar fruta e depois ir fazer compotas, ou ir à horta apanhar legumes para a salada do almoço também é possível. Há ainda visita às vinhas e à adega e, em tempo de vindimas, existe um programa especial onde todos ajudam a apanhar a uva e acompanham o seu percurso na adega. O grande dinamizador destas actividades é José Matias, o engenheiro agrícola e enólogo da quinta.


Na Casa da Ínsua já se produzia vinho
desde 1852, principalmente para consumo da casa e venda directa, no entanto, só
em 1890 foi construída a adega, onde no piso inferior estavam grandes pipas
onde os vinhos estagiavam, e um piso superior onde se encontram ainda hoje os
lagares em granito para a pisa das uvas. O vinho era depois conduzido para
dentro das pipas, por gravidade, através de condutas de granito. Hoje, apesar
de modernizada, a adega conserva o ambiente único do passado. Nos 30 hectares
de vinha, 5 são de uvas brancas, com as castas Arinto, Encruzado e Semillon,
esta última de origem francesa que ali foi plantada pelo próprio Luís de
Albuquerque, tal como a tinta Cabernet Sauvignon. As restantes castas tintas
são nacionais: Touriga Nacional, Jaen, Alfrocheiro e Tinta Roriz.


A Casa da Ínsua pertence ainda hoje a descendentes
de Luís de Albuquerque mas, em 2004, o grupo Visabeira arrendou-a por para a
transformar num hotel de charme de 5 estrelas, com quartos, suites e
apartamentos. Na casa existe ainda uma loja onde, para além do vinho, é
possível adquirir outros produtos gourmet Casa da Ínsua, assim como alguns
livros ou artesanato. Há também um pequeno núcleo museológico que conta a
história da quinta (incluindo um valioso espólio documental relativo ao Brasil
setecentista trazido pelo fundador da casa), e um restaurante, onde se ficam a
conhecer sabores genuínos produzidos na quinta e não só.

