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Chryseia 2019, elegante colheita

Todos os anos que nascem colheitas de Chryseia a família Symington faz questão de promover um almoço com a presença de Bruno Prats, um dos grandes nomes da enologia mundial, que em Portugal tem uma parceria sólida com a família Symington. Esta parceria é baseada na amizade e na produção de vinhos Douro DOC, entre os quais o mais emblemático - Chryseia - que agora lançou mais uma colheita.

A Prats & Symington apresentou no início de Setembro a nova colheita de Chryseia (2019) no Restaurante Vinum na Graham’s Lodge, em Vila Nova de Gaia, num evento que contou com a presença de Bruno Prats, Rupert Symington e Peter Symington, responsáveis da Prats & Symington e da Symington Family Estates. A parceria entre as duas famílias, nascida em 1999, continuou a fazer história nos anos seguintes. Alguns das suas conquistas no reconhecimento de qualidade passam por reconhecidas revistas internacionais. Foi o primeiro vinho tranquilo português (a segunda colheita datada de 2001) a configurar no ‘TOP 100’ da conceituada revista Wine Spectator, na 19ª posição com 94 pontos. Em Janeiro de 2013, o Chryseia 2011 obteve 97 pontos da referida Revista – Wine Spectator, a segunda nota mais alta de sempre atribuída a um vinho tranquilo Português e, posteriormente, foi considerado o 3º Melhor Vinho do Mundo no top 100 da Revista Wine Spectator de 2014.

A ideia, desde o início, foi procurar produzir um vinho do Douro que de um lado respeitasse a tradição (na sua composição estão sempre as castas tradicionais) mas com menos extração, deixando o vinho revelar ainda maior elegância. Esta colheita de Chryseia 2019 não foge à regra e, tal como em outras colheitas, foi produzido a partir de uma rigorosa seleção de uvas da Quinta de Roriz e da Quinta da Perdiz, propriedades da Prats & Symington. Habitualmente tem, também, o habitual contributo da vinha da Quinta da Vila Velha, propriedade particular de Rupert Symington, que é vizinha à Quinta de Roriz.

Quinta de Roriz


A frescura e vivacidade são a assinatura desta colheita de 2019, elaborada com 75% de Touriga Franca e 25% de Touriga Nacional. A vindima teve início no dia 13 de setembro nas Quintas de Roriz e Perdiz. A Touriga Nacional foi vindimada a partir de dia 17 de setembro nas Quinta de Roriz e Vila Velha e na Quinta da Perdiz no dia 22 de setembro. Já a Touriga Franca foi vindimada na Perdiz e Vila Velha a partir do dia 1 de outubro e em Roriz a partir do dia 7 de outubro. Após a vindima e selecção das melhores uvas, o mosto fermenta em inox com maceração, remontagem e temperatura controlada. Depois estagia 14 meses em barricas de 400 litros de carvalho francês maioritariamente novas e 10% usadas. Produzido quase todos os anos, é um tinto de grande nível. Esta colheita revela fruta sedutora, notas florais, grande mineralidade, especiaria. No paladar é muito fresco, elegante e envolvente, terminando com longo final de boca.   

A equipa de enologia, composta por Bruno Prats, Charles Symington, Pedro Correia e Miguel Bessa, não podiam estar mais contentes, afinal, este é sempre um desafio constante, pois se é um topo de gama, a ideia é sempre produzir um grande vinho. E muito mais para Bruno Prats, que não sendo o Douro fácil de trabalhar, tem-nos garantido ao longo de vários anos vinhos de grande nível no perfil que quis trabalhar para fazer a diferença.  (na foto de entrada, da esq para a dirt Rupert Symington; Bruno Prats e Miguel Bessa). «Geralmente concentração e elegância não são fáceis de casar, mas em anos de excelência é possível. é o caso desta colheita», afirma Bruno Prats. «Mais de 20 anos passados desta parceria sinto-me muito orgulhoso pela qualidade que o Chryseia alcançou», remata.

No final dos anos 60, Bruno Prats trabalhou com o seu tio Pierre Ginestet, no Château Margaux. Em 1970, juntamente com a sua mãe e dois irmãos, assumiu o controle do Château Cos d'Estournel, o famoso Cru Classé de Saint Estephe, no Médoc. E assim foi, durante 28 anos, até que a sua família decidiu vender o negócio em Setembro de 1998. Bruno Prats foi também, durante 21 anos, o presidente do Syndicat des Crus Classés du Médoc, membro da Académie du Vin de Bordeaux e Vice-Presidente da Academie Internationale du Vin, em Genebra. O Presidente da República Francês atribuiu-lhe a ‘L'Ordre National du Mérite’. Bruno Prats faz ainda vinhos no Chile, na África do Sul, em Espanha e em Portugal. Neste último caso, a parceria com a família Symington iniciou em 1999. A Prats & Symington produz o Chryseia (um DOC Douro considerado pela crítica como um dos melhores vinhos portugueses) e também a Quinta de Roriz, no Douro.

As famílias Prats e Symington fazem parte de uma nova geração de produtores de Douro DOC, tendo o Chryseia desempenhado um papel fundamental enquanto um dos pioneiros no ressurgimento dos vinhos não fortificados do Douro. Para além do Chryseia, a Prats & Symington é ainda produtora dos Vinhos DOC Douro Post Scriptum, Quinta de Roriz e Prazo de Roriz.