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Chuva de medalhas no CMB, Douro na liderança

Dos 846 vinhos portugueses inscritos, 299 receberam uma medalha! Trata-se de uma taxa de sucesso assinalável, que representa mais de 35% do total das inscrições, e é mais uma prova da qualidade dos vinhos lusitanos.

O 31º Concurso Mundial de Bruxelas realizou-se entre os dias 7 e 9 de Junho,  em Guanajuato, no México. Especialistas de todo o sector vitivinícola internacional provaram quase 7.500 vinhos brancos e tintos de 42 países. Os resultados acabam de ser anunciados e Portugal mantém a sua excelente posição como grande país produtor de vinho, com mais de 35% dos seus vinhos a concurso medalhados.

A região do Douro apresenta os melhores resultados, com um grande número de vinhos medalhados, além de uma Revelação Nacional nos Vinhos Brancos, na categoria ‘Low alcohol’ e duas Grandes Medalhas de Ouro.

Compradores, jornalistas, comerciantes de vinho, enólogos, entre outros especialistas representam 45 nacionalidades e provam às cegas os vinhos inscritos no concurso. A única informação que recebem sobre o vinho é o seu ano de colheita. De todos os vinhos inscritos, apenas 30% levam uma medalha para casa. «É uma verdadeira satisfação ter conseguido reunir tantos vinhos para esta última edição, apesar de todo o contexto global complicado. Isto mostra que os produtores continuam dispostos a confiar em nós e sentimo-nos honrados por isso», afirma Thomas Costenoble, diretor do CMB.

Dos 846 vinhos portugueses inscritos, 299 receberam uma medalha! Trata-se de uma taxa de sucesso assinalável, que representa mais de 35% do total das inscrições, e é mais uma prova da qualidade dos vinhos lusitanos. Entre as grandes regiões vitivinícolas portuguesas, o Douro foi a mais representada e a mais premiada, com 76 vinhos medalhados (em 163 inscritos).  O Douro arrecadou ainda o prémio de Revelação Vinhos Brancos de Portugal, com o vinho Quinta dos Castelares Colheita Branco da Casa Agrícola Manuel Joaquim Caldeira. Além disso, o Douro conquistou outras duas medalhas de Grande Ouro, com o ‘Isento Grande Reserva 2020, da Sávinum; e o Colinas do Douro Reserva 2019, da Colinas do Douro.

Além do Douro, destaca-se também o Alentejo com três Grandes Medalhas de Ouro, seguida pela região de Lisboa, com duas e o Algarve com uma. Destaca-se no Alentejo, a Casa Relvas, com o vinho Ciconia Reserva Tinto 2022; a WineWalkers com o vinho Monte Santa Ana Reserva Tinto 202;  e a Casa Santos Lima, com o  Quid Pro Quo Reserva Tinto 2020. A Casa Santos Lima conquista igualmente uma Grande Medalha de Ouro na região de Lisboa, com o vinho Espiga Reserva Tinto 2022, assim como a AdegaMãe com o vinho Pinta Negra Tinto 2022. A revelação nacional para os Vinhos Tintos foi atribuída ao vinho Edd’s Tinto 2017 , produzido no Algarve pela Edd’s Portugal.

Saiba mais sobre as outras Grandes Medalhas de Ouro portuguesas através deste link.

Uma das novidades desta edição de 2024 foi a criação de prémios para o melhor vinho sem álcool, ou com menos teor alcoólico, atribuídos, respetivamente, ao DIVIN – Sauvignon Blanc 0,0% 2022, de França, e ao vinho português Lower alcohol Lagosta, da Enoport Wines.

As revelações internacionais

A nível internacional, o Uruguai e a Roménia receberam os dois prémios principais, com um vinho tinto e um vinho branco, respetivamente. Os vencedores do CMB 2024 incluem vinhos dos cinco continentes, incluindo todos os países historicamente produtores de vinho, mas também de origens mais surpreendentes, como a Bolívia, o Cazaquistão, o Líbano e o Peru.

O vinho branco com maior pontuação no concurso deste ano foi o Issa Chardonnay Barrique 2022, um vinho branco romeno produzido na Transilvânia pelo produtor Crama La Salina. O vinho tinto mais pontuado vem do Uruguai – Balasto 2017, produzido pela Everest Wines and Spirits.

Nas revelações de vinhos amadeirados e biológicos o Troféu Sylvain, atribuído todos os anos ao vinho amadeirado com a pontuação mais elevada, foi atribuído este ano a um vinho italiano, o Starderi 2020 do produtor Collina Serragrilli. O vinho biológico mais pontuado vem de Espanha pelo segundo ano consecutivo: desta vez, foi um vinho de Navarra, o Arínzano Merlot Agricultura Biológica 2019, produzido pela Arinzano.

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Por outro lado, a China e o México também se destacaram, já que as duas nações se encontram em ascensão no mundo do vinho, provando uma vez mais o seu dinamismo através dos resultados. Dos 663 vinhos apresentados pelos produtores mexicanos, 152 foram medalhados (incluindo 9 Grandes Medalhas de Ouro), um recorde. E 40% dos vinhos apresentados pela China foram medalhados, incluindo 6 Grandes Medalhas de Ouro e 83 Medalhas de Ouro! Estes números abrem caminho para a próxima sessão de vinhos tintos e brancos do Concurso Mundial de Bruxelas, que terá lugar em junho de 2025 em Ningxia, na China. Esta será a segunda vez que o Concurso se realiza na China, após a edição de 2018.

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