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Fernando Alvim – Levar a vida com gosto

Apresentador de programas na TV e na rádio, humorista, organizador de diversas iniciativas e espectáculos, Fernando Alvim  faz de tudo um pouco. Querer retirar o melhor que a vida lhe pode dar é uma realidade, e talvez por isso goste tanto de saborear boa comida e bom vinho.

Entrevistar o Fernando Alvim é uma aventura. Mas entre gargalhadas (que aconteceram na maior parte do tempo), divagações e inspirações para novas ideias (ele não pára, é mesmo um bicho irrequieto), lá conseguimos fazer esta entrevista, ou antes, uma boa conversa à mesa.  

Alvim é de Mafamude, Vila Nova de Gaia, mas gosta de dizer que é do Douro, porque os pais levavam-no sempre para lá passar as férias, e tanto ele como as duas irmãs adoravam. «Ficávamos no Douro três meses, e ainda apanhávamos as vindimas, era uma festa. Havia música, convívio, as crianças pisavam as uvas, era uma alegria!», diz Alvim. «Sou pacífico mas há duas coisas em que sou intransigente, das quais as pessoas não podem dizer mal: o Douro e o Benfica!» remata, bem-disposto.

Na mesa de família sempre houve vinho, e por isso provou-o cedo, pelos 15 anos. O pai bebia mais branco do que tinto, e também ele hoje prefere os brancos. «Sou brancófilo assumido. O tinto pode ser o melhor do mundo, mas não sei... os tintos não me costumam cair bem!».

Por ter começado muito cedo a trabalhar, e ter entrado também cedo no mundo dos adultos, começou a evoluir no paladar, quer ao nível da cozinha como do vinho. «Fui descobrindo os vinhos ao longo do tempo, mas recordo-me ainda da dificuldade em descobrir bons brancos. Lembro-me até da maioria dos restaurantes não o servirem, quem o bebesse era ‘maricas’» (risos) «Felizmente isso passou à história e hoje há excelentes brancos em todo o lado».

Relativamente à comida, há pratos que o tiram do sério como o polvo, o cabrito, ou ainda uma bela língua estufada, um ‘ex-libris’ da mãe, «que sempre cozinhou muito bem». Quando era miúdo também adorava massa, «apenas com manteiga, ou com diversas combinações». De um modo geral, gosta de tudo, no entanto, um dos seus ‘traumas de infância’ é a pescada cozida! «Não conseguia mesmo! Depois também não gostava de cavala, até o nome é horrível. Que peixe tem este nome? (risos). Por último, também não como coelho, não sei se é porque eles são engraçados e fofinhos, eu devia ser também assim com as galinhas, mas galinhas como e coelho não!» (risos).

O facto de ter vindo morar sozinho para Lisboa, também lhe veio aprimorar a veia culinária, sendo a sua especialidade diversos tipos de arroz. «E é sempre improvisado, gosto de inventar na hora. Vou ao frigorífico e vejo o que tenho». Descobrir novos restaurantes e vinhos também o move. Aliás, tem uma aplicação no telemóvel que o recorda de coisas que gostaria de fazer: «Adoro descobrir coisas novas e sou viciado em listas. E são essas listas que tenho na aplicação. Restaurantes onde quero ir ou voltar, vinhos que quero provar, filmes e músicas que quero ouvir, entre outras coisas».

Com a energia que tem, acreditamos que faça isso tudo e muito mais.


BIOGRAFIA

Fernando Alvim é apresentador de rádio e televisão, editor, organizador de eventos, promotor cultural. Faz rádio desde os 13 anos, tendo passado pela Rádio Energia, Rádio Nova Era, TSF, Rádio Comercial e Antena 3, onde apresenta o programa Prova Oral e o A330, dois programas que desde 2019, têm igualmente a sua versão televisiva na RTP1. Pelo meio, apresentou o Curto Circuito, Boa noite Alvim, 5 para a Meia Noite, Traz pra a frente e É a vida Alvim. Criou festivais como o Festival Termómetro e Alternativo da Canção e iniciativas como os Prémios Novos, o Quarto Escuro, os Monstros do Ano, a Regata de barquinhos a remos, o Festival Idiota, entre tantos outros.  Tem 5 livros editados, é igualmente DJ e tem uma produtora.