Museu Vitivinícola
A Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo tem um pequeno museu que visa preservar e partilhar a memória cultural da região do Douro.
O Wine Museum Centre Fernanda Ramos Amorim abriu as suas portas em Setembro de 2017 mas já é um projecto com muitos anos. Apesar de ter sido casada durante 48 anos com Américo Amorim (aquele que foi o mais rico empresário português) Fernanda Ramos Amorim sempre gostou da vida simples do campo. Nascida em 1935, a infância passada na Quinta de São Salvador de Grijó, em Vila Nova de Gaia, fê-la desenvolver o gosto pelo mobiliário antigo, por objectos representativos de artes e ofícios que refletem o testemunho da memória, da cultura e da identidade da Região Demarcada do Douro nos séculos XIX e XX.
Foi assim que durante muitos anos foi coleccionando peças que já fizeram parte de diversas exposições, inclusivamente na antiga estação ferroviária do Pinhão. Nessa altura, a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo - que pertence à família Amorim desde 1999 e é hoje liderada por Luísa, uma das suas filhas – tinha uma parceria com a Refer para lançar o seu projecto de enourismo e um núcleo museológico. Uma iniciativa que em 2009 recebeu o prémio Global Wine Tourism Award, na categoria de Arte e Cultura, pela Great Wine Capitals Network. No entanto, este acervo passou a ser exibido num espaço próprio criado de raiz pelo arquitecto Arnaldo Barbosa, um edifício harmoniosamente enquadrado na paisagem onde domina o xisto, e no restante conjunto habitacional da Quinta Nova. Na apresentação dos conteúdos, colaboraram a empresa de museologia MUSE e a Fundação Museu do Douro.
No local, o visitante fica a conhecer os mais relevantes objetos representativos da arte do vinho, testemunhos minuciosos das várias fases da produção. O espaço contabiliza 200 metros quadrados de área bruta e está dividido por pequenos departamentos, cada um dedicado a diferentes fases da produção. O primeiro foi baptizado de Viticultura (Tradição e Sustentabilidade) e dá a conhecer a parte agrícola, onde tudo começa. Logo a seguir surge a Adega e Armazém (Elegância e Autenticidade), seguido do Laboratório e Sala de provas (Rigor e Equilíbrio), e do Engarrafamento (Carácter e Longevidade). Finalmente, na última parte do percurso, o visitante fica a conhecer a história da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, uma propriedade do inicio do século XVIII que chegou a pertencer à Casa Real Portuguesa, com registos documentados desde 1725.
A maior
parte destes objectos são de família, mas muitos deles são também comprados a
produtores ou descobertos em casas de velharias, sendo posteriormente
recuperados. De destacar duas das peças mais importantes desta colecção - o esmagador e a prensa - que pertenciam
à casa dos frades da Quinta do Mosteiro de Grijó, e são muito representativos
da arte de fazer o vinho.
Com este recente núcleo museológico, a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo passou a ter um dos projetos de enoturismo mais completos da região duriense, já que a propriedade inclui ainda um hotel, restaurante e actividades programadas para os seus mais de 12 mil hóspedes e visitantes anuais.