O espumante que faltava
A Companhia das Lezírias lançou uma novidade, o Espumante 1836 Super Reserva rosé 2019 Brut Nature, que nasceu do compromisso de equilíbrio entre a produção de vinho e a protecção do ambiente.
É a maior exploração agropecuária e florestal existente em Portugal, compreendendo a sua área a Lezíria de Vila Franca de Xira, a Charneca do Infantado e o Paul de Magos. A maior propriedade da Companhia das Lezírias (CL) é a Charneca do Infantado, com cerca de onze mil hectares, de uso essencialmente florestal, e onde predomina o montado de sobro, o milho, o olival, prados em modo de produção biológico, e vinha. Esta última conta com 140 hectares e é dela que é proveniente o 1836 Super Reserva Rosé 2019, um espumante que vem alargar o já variado portfolio do produtor.
A data indicada no rótulo deste espumante tem a ver com a Carta de Lei de 16 de Março de 1836, onde a Rainha D. Maria II autorizou a venda em hasta pública das vastas propriedades que compõem as Lezírias do Tejo e Sado, e que anteriormente tinham sido, na sua maioria, bens da Igreja, da Coroa ou dotações das Infantas. Para arrematar estas terras, constituiu-se a CL do Tejo e do Sado, tendo a venda sido efectuada pela quantia de dois mil contos de réis. Como se pode verificar, a CL resistiu aos diferentes regimes políticos de Portugal: Monarquia Constitucional, Primeira República, Estado Novo e Democracia.
Mas voltando ao vinho: A vinha que forneceu as uvas para a produção deste espumante encontra-se inserida na floresta e «cresce em harmonia com a natureza, em total respeito pelo solo e pelo equilíbrio ecológico», revelou o presidente da Companhia das Lezírias, António de Sousa. Na vinha do Mel, como é denominada, solo é respeitado, assim como o equilíbrio ecológico: «Conseguimos minimizar a intervenção humana e uso de elementos não naturais, tais como herbicidas e fertilizantes sintéticos. Este espumante exprime na sua plenitude o terroir da nossa herdade de Catapereiro aliado a complexidade natural da casta Touriga Nacional», completa o enólogo David Ferreira.
Lançado na Sala Ogival da ViniPortugal, em Lisboa, o espumante foi produzido utilizando a técnica de ‘Saignée’. O mosto obtido foi fermentado a temperatura de 18ºC em cubas de inox. Seguidamente, o vinho de base foi refermentado em garrafas durante cerca de 2 meses com controlo de temperatura. Finalmente, as garrafas repousaram em cave durante 26 meses, em contacto com as borras finas. No degorgement, o vinho não sofreu nenhum tipo de dosagem, dando origem a um vinho classificado como ‘Brut Nature’. A quantidade produzida foi limitada a 1600 garrafas.
Límpido, de bolha fina e cordão persistente, é um espumante com aroma fino e elegante a frutos vermelhos. No paladar sente-se uma espuma cremosa e um corpo estruturado e rico, de final persistente. Perfeito a acompanhar charcutaria fina, foie gras, ou cozinha japonesa como sashimi de salmão ou de atum. Também harmoniza bem com sobremesas de frutos vermelhos.