A elegância do Vinha da Rosa

O produtor João Portugal Ramos lança a nova colheita de um vinho que vai ao encontro das tendências mundiais. Um rosé sério, seco e com excelente acidez.
Longe vão os tempos do rosé leve e ligeiramente adocicado, que começou a atrair as gerações mais jovens. Fruto de uma maior sofisticação nos hábitos de consumo e da procura de novos sabores, o que é certo é que a moda dos rosés instalou-se e evoluiu para vinhos com um perfil mais credível. Hoje, são poucos os produtores de referência que não têm incluído na sua gama de produtos algum rosé que seja considerado um caso sério. É o caso de João Portugal Ramos que em 2021 lançou a primeira colheita do Vinha da Rosa rosé, que logo fez sucesso, e agora repete a proeza com a colheita de 2022.
Este rosé é elaborado com uvas colhidas muito cedo, antes do pintor, «para garantir acidez e frescura natural», segundo explica o produtor. As castas Touriga Nacional e a Syrah, provenientes de vinhas com 20 anos implantadas em solos de xisto, foram colhidas manualmente e selecionadas à porta da adega. Após a triagem, as uvas foram desengaçadas e suavemente prensadas. A fermentação decorreu a baixas temperaturas em cubas de inox e, no final, parte do lote fermentou e estagiou em barricas usadas de 500 litros.
Segundo relembra João Maria Portugal Ramos, também enólogo e filho do produtor com o mesmo nome, «o ano vitícola foi anormalmente seco e quente. O Inverno foi marcado por baixos níveis de precipitação, seguido de uma Primavera muito quente e seca, com o primeiro golpe de calor a acontecer a meio de maio. Estas condições provocaram abrolhamentos muito precoces nalgumas castas com sucessivas paragens de crescimento ao longo do ciclo vegetativo. As elevadas temperaturas, aliadas à escassez de água disponível no solo, condicionaram o normal desenvolvimento das plantas e o crescimento dos bagos desde uma fase muito precoce do ciclo. Um ano difícil, mas que no global teve condições para produzir vinhos de elevada qualidade». De cor rosa pálido, semelhante à coloração dos vinhos da Provence, é um rosé de aroma fino e delicado, mineral. Na boca é seco, fresco e estruturado, predominando leves notas de frutos vermelhos, e final de boca prolongado.

Segundo explica ainda o jovem enólogo, este vinho rosé «surgiu da vontade de criar um vinho a partir de uma vinha biológica, rodeada pelas cores e aromas das roseiras que a serpenteiam em Estremoz». Esta tradição, mantida pela família, remonta ao tempo dos romanos que associavam as rosas à produção de vinha. Além da beleza e do cheiro únicos que incorporam na zona, são também um importante habitat para alguns insetos, funcionando como um sistema de alerta para algumas doenças que possam afetar a vinha e assim ser combatida atempadamente. O nome deste vinho é assim uma homenagem a toda esta beleza. Já disponível no mercado, está à venda em garrafeiras especializadas de Norte a Sul do país e no canal Horeca e ronda os 15,90 PVP.
Recorde-se que João Portugal Ramos é um dos mais reconhecidos enólogos portugueses, dá nome ao Grupo (JPRV), que em 2022 celebrou 30 anos de existência. O Grupo João Portugal Ramos Vinhos produz e exporta cerca de 60% dos vinhos para mercados além-fronteiras como Polónia, Suécia, Estados Unidos da América, Brasil, China, Angola, Bélgica, Canadá, entre outros. As suas premiadas marcas de vinhos são provenientes de regiões tão distintas como Alentejo, Douro, Beiras e Vinhos Verdes, e procuram dar rosto e um lugar de destaque internacional a todos os vinhos portugueses, sendo as suas marcas mais emblemáticas Marquês de Borba e Duorum. Antes de fundar a JPRV, João Portugal Ramos foi consultor-enólogo de várias adegas do país, tendo tido uma enorme influência na forma como o setor evoluiu quer na qualidade, quer no reconhecimento internacional. Hoje, o Grupo afirma-se como um elemento de desenvolvimento económico e vinícola, uma voz incansável procurando sempre o justo reconhecimento do vinho português no mundo.

