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Pico Wines inicia 2024 com novidades

Dois vinhos desvendam a autenticidade da ilha do Pico, evidenciando a tradição dos licorosos e a marcante influência do terroir vulcânico, elementos distintivos que definem a identidade desta ilha açoriana.

A Picowines sempre produziu vinhos com autenticidade, mas nos últimos anos tem vindo a mostrar ainda mais garra. O leme, hoje manobrado pelo enólogo Bernardo Cabral, em 2017, marcou uma nova etapa na vida destes vinhos, com monocastas focadas em mostrar cada vez mais o terroir vulcânico dos vinhos do Pico.

Recentemente, a adega lançou duas novidades, o Licoroso 20 Anos e o Gruta das Torres 2020 «O Licoroso 20 Anos é um vinho que nos oferece uma explosão de sensações no paladar, uma textura muito suave, doçura equilibrada por uma acidez que surpreende, e final salino  e persistente. Um vinho maduro, meio doce, que recupera a secular tradição dos vinhos licorosos do Pico», afirma Bernardo Cabral, enólogo consultor da Picowines.

Elaborado a partir de Verdelho de vinhas plantadas no interior de muros de basalto (denominados currais) a escassos metros do mar, o Licoroso 20 Anos é um vinho que passou por uma interrupção da fermentação com adição de aguardente vínica. Estagiou em cascos velhos de carvalho durante 20 anos, até ao momento do loteamento. Apresenta uma dourada com laivos esverdeados, de aroma intenso de iodo, laranja cristalizada, amêndoa tostada e caramelo.



Já o Gruta das Torres 2020 surge como um novo lançamento da Cooperativa neste ano que inicia. Um vinho elaborado a partir de uvas seleccionadas, de vinhas centenárias da Criação Velha, a cerca de 420 metros do mar, exclusivamente da casta Arinto dos Açores. Após desengace, esteve três dias em maceração, a frio, com as películas, onde iniciou a fermentação com leveduras indígenas. Continuou e terminou a fermentação num balseiro de carvalho francês. O estágio sobre borras finas durou oito meses e foi posteriormente engarrafado em julho de 2021, seguindo-se o estágio em garrafa na Gruta das Torres (cone lávico com 1.500 anos) durante 15 meses, a 17 metros de profundidade, com uma temperatura constante de 15ºC, humidade de 90% e ausência total de luz. «Este vinho é um hino às sensações vulcânicas. O aroma passa pela toranja, araçá e lima, com notas de pólvora e enxofre, algas e maresia. Inicialmente dominado pela frescura e mineralidade, é um vinho que na prova se vai mostrando em várias camadas. Cheio e envolvente, termina com um final longo e deliciosamente salgado», descreve Bernardo Cabral.

Recorde-se que a Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico (Picowines) nasceu em 1949 pela mão de 21 fundadores. Após um período de preparação e organização, seguido de construção da sede, a Adega Cooperativa iniciou a sua produção em 1961 com as castas nobres, Verdelho, Arinto e Terrantez do Pico. O primeiro vinho da CVIP, com o nome ‘Pico’, foi lançado no mercado em 1965. Actualmente, a Cooperativa do Pico conta com 280 associados e é liderada por Losménio Goulart que se tem preocupado em fomentar o processo de produção do vinho, tornando-o cada vez mais uma referência de qualidade.