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Pôpa, sempre a evoluir

Adquirida em 2003, a Quinta do Pôpa tem vindo a crescer no número de vinhos e na qualidade. Agora, foram lançados o Reserve branco e tinto, vinhos que se situam entre os patamares Selection e Black Edition. Uma aposta que vem alargar o portfolio do produtor.

O nome desta quinta deve-se a Francisco Ferreira, mais conhecido pela alcunha de ‘Pôpa’. O nome vem de um pássaro da região, que tem uma bonita penugem na cabeça, mas também do seu proprietário, conhecido por esta alcunha por ser elegante e vaidoso, e gostar de estar sempre bem arranjado e com a poupa bem penteada. Era, também, um grande apaixonado por vinhos e pela região onde nasceu. O seu filho adquiriu parte desta propriedade em 2003 que, entretanto, foi aumentando, e hoje são os seus netos - Stéphane e Vanessa Ferreira - que estão à frente do projecto de produzir vinhos de qualidade.

A quinta, que se encontra situada numa localização privilegiada sobre o rio, em plena EN222, em Adorigo, concelho de Tabuaço, decidiu selar os seus 15 anos de produção vitivinícola apresentando duas novidades que vão dar maior amplitude ao portefólio. Assim, a gama Pôpa ganhou um novo patamar: Reserve, em estreia com um branco de 2021 e tinto de 2020.

A enologia, a cargo da dupla Carlos Raposo e Carina Roxo Baia, assume agora sete referências: os branco, rosé e tinto Selection; o branco e tinto Reserve; e o branco e tinto Black Edition. Sob a marca Pôpa, mas num registo mais ousado, há ainda a gama ‘Dare to Dream’ com os Amphora branco e tinto e um Curtimenta branco. Já a gama ‘Vinhos de Parcela’ comporta quatro monocastas com origem no terroir da Quinta do Pôpa: Tinta Roriz (TR), Touriga Franca (TF), Touriga Nacional (TN) e Vinhas Velhas (VV). Por último, num patamar de maior exclusividade, a gama ‘Vinhos de Homenagem’  aporta quatro vinhos ao portefólio: PaPo tinto, Pôpa Vinho Doce tinto, Quinta do Pôpa Homenagem e Quinta do Pôpa Porto Vintage. São vinhos que, como o nome da gama indica, homenageiam pessoas: Luís Pato (amigo da família e o primeiro enólogo da Quinta do Pôpa); as mulheres da família; Francisco Ferreira (o avô Pôpa); e José Ferreira (o pai Pôpa). Agora, com  estas novas referências, o portefólio de vinhos da Quinta do Pôpa ganha elasticidade, capaz de abranger um maior número de consumidores.



Reserve: um branco e um tinto que refletem o equilíbrio da gama Pôpa

Segundo nos explica o produtor, cada segmento da gama Pôpa assume uma identidade muito própria: nos Selection, a jovialidade; nos Reserve, o equilíbrio; e nos Black Edition, a profundidade. Os ‘Pôpa Reserve’ rondam o PVP dos €11,50 e estreiam-se com um branco de 2021 e um tinto de 2020, já com alguma complexidade. A vinificação é feita em inox, com parte das uvas com cacho inteiro, ou seja, com engaço. O estágio, por sua vez, é balanceado, em proporções iguais (50/50), entre inox e barricas de carvalho francês – novas, de segundo e terceiro ano –, durante 9 a 10 meses. São vinhos onde se destaca o equilíbrio, dado por uma frescura e acidez vibrantes, aromas de fruta e notas florais, mas também corpo e estrutura, impressos pelo estágio em madeira. Vinhos para beber à mesa com comida de conforto.  

No ‘Reserve branco 2021’ imperam as castas Verdelho (20%), Cerceal Branco (20%), Folgasão (20%), Viosinho (15%), Gouveio (15%) e Rabigato (10%), originárias das sub-regiões do Baixo e do Cima Corgo, com altitudes entre os 50 e os 550 metros. A vindima foi realizada manualmente para caixas de 20kg. Na adega, após o desengace, sofreram um esmagamento muito suave, seguido de prensagem. A decantação decorreu durante 24 a 48 horas, seguida de fermentação alcoólica em cubas de inox e barricas de carvalho francês, com controle de temperatura. Estágio feito em inox e em barricas de carvalho francês, sobre borras finas, durante 9 a 10 meses. Um branco com um nariz muito complexo, onde se destacam aromas florais muito elegantes. Na boca, é fresco, puro e tem uma acidez elevada e um final longo e salgado.

Já o ‘Pôpa Reserve tinto 2020’ resulta de um blend de Touriga Franca (45%), Touriga Nacional (30%), Tinta Roriz (15%) e Tinto Cão (10%), de vinhas com mais de 40 anos, com origem na Quinta do Pôpa. Vindima manual para caixas de 20kg, transportadas para a adega para desengace parcial dos cachos – alguns com desengace total e outros com cacho inteiro. Maceração pré-fermentativa a frio, seguida de fermentação alcoólica em cubas de inox com controle de temperatura e fermentação malolática em barricas de carvalho francês. O estágio é feito, em partes iguais (50/50), em inox e em barricas de carvalho francês, sobre borras finas, durante 9 a 10 meses. Um tinto com um nariz muito complexo, com notas evidentes de fruta. Na boca, é um vinho preciso e elegante em toda a prova, com um final longo e bom potencial de envelhecimento.