Pormenores que fazem a diferença
Francisco D’Assis Costa é médico de profissão, mas viticultor de alma. Em 2002 decidiu pegar no património familiar e recuperá-lo iniciando, também, a produção de vinhos.
Situada a meio
quilómetro de Mértola, no Alentejo, o Monte de Santo António é uma propriedade suis
generis, e o seu proprietário Francisco D’Assis Costa, médico veterinário,
também com pergaminhos nas áreas da medicina biológica, medicina ortomolecular,
nutrição clínica funcional e medicina anti-aging. Com esta formação e
experiência, não é por isso de estranhar que tenha cruzado a natureza com o seu
conhecimento científico e tenha adotado nas suas terras uma agricultura
sustentável baseada na produção biológica e biodinâmica. Além disso, explora na
sua propriedade conceitos de geobiologia, radiestesia, magnoterapia, saúde alimentar
e ambiental e medicina energética, com o intuito de preservar a saúde e o bem-estar:
«A minha família é de Mértola desde há quatro gerações. O meu pai comprou esta
propriedade quando eu tinha 8 anos, era um retiro familiar. Mais tarde, e após
um período de abandono, decidi assumir o património familiar e recuperá-lo,
iniciando também a produção de vinhos», explica Francisco D’Assis Costa. «Preparei
este monte para ser um turismo de saúde, mas depois percebi que não ia ter
tempo. A minha vida profissional ocupa-me grande parte da semana e para o
serviço ser perfeito teria de estar cá muito mais tempo. Pode ser que aconteça
um dia».
Dos doze hectares de
terra, três são de vinha. Após ter realizado uma análise aprofundada ao solo, Francisco
D’Assis Costa começou por plantar Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Syrah e
Moscatel Roxo. Mais tarde seguiram-se as castas Trincadeira e Aragonês. As
vinhas, implantadas em solos xisto-argilosos, em pleno Parque Natural do Vale
do Guadiana, tem uma orientação sul nascente e é irrigada pelo sistema gota a
gota com água subterrânea alcalina, submetida a processos naturais de
polarização e azonização, de forma a atribuir à água uma estrutura molecular
tridimensional e magnetizada negativamente, o que a torna mais fácil de
assimilar, melhorando o metabolismo das videiras e de toda a flora: «Faz toda a
diferença no resultado final», garante o produtor. Por outro lado «o solo
encontra-se sob a faixa piritosa do baixo Alentejo, que vai de Aljustrel à Mina
de São Domingos, rica em cobre, ouro e prata, cuja composição evita doenças na
vinha», revela ainda D’Assis Costa.
Na área energética, o
monte de Santo António também se destaca. Aqui existe um sistema de produção de
eletricidade por energia solar, vendida à EDP para amortização da energia
consumida e uma produção elétricas solar de 30 KW em regime de auto-consumo. O
actual contrato com a EDP é de contador bi-horário trifásico e de
auto-produção, o que permite captar a água e regar durante o dia com uma
economia quase total.
Os vinhos Frederick Von S
A produção vitivinícola é totalmente realizada sem pesticidas, herbicidas ou quaisquer outros produtos fertilizantes ou de síntese, e as vindimas efectuadas de madrugada, entre as 5h e as 11h da manhã, sendo as uvas transportadas em caixas de 15kg (para evitar o esmagamento) para a adega de Santa Vitória, em Beja, onde é vinificado sob a orientação da enóloga Patrícia Peixoto. «É tudo feito com o maior detalhe para que possamos produzir um vinho de grande qualidade». Além dos vinhos, Francisco D’Assis Costa produz ainda licores orgânicos, galinhas e ovos, mel e azeite.
Investigador por
natureza, e um apaixonado pela história de Portugal, principalmente a da sua
região, Francisco D’Assis Costa teve de pensar numa marca para lançar o seu
primeiro vinho. Lembrou-se então de criar a marca Frederick von S (Conde e
Duque de Schönberg e 1º Conde de Mértola),
um general alemão que ajudou os portugueses a vencer a Batalha dos Montes
Claros, o último passo na Guerra da Restauração Portuguesa entre Portugal e
Espanha, o que possibilitou ao nosso país o regresso à soberania. Devido à sua
valentia e serviços prestados ao país, D. Afonso VI de Portugal recompensou-o
com o título de Conde de Mértola, tendo-lhe sido dada uma propriedade no
concelho de Mértola e uma pensão vitalícia.
Esta justa homenagem
iniciou com o vinho tinto Frederick von S regional alentejano, lançado pela
primeira vez em 2004, elaborado com as castas Alicante Bouschet, Touriga
Nacional e Syrah; e estendeu-se posteriormente a outro vinho, também tinto, Frederick
von S Reserva, lançado pela primeira vez em 2015 e elaborado com Trincadeira e Aragonês.
Já a casta Moscatel Roxo existente na propriedade, dá origem a um rosé e a um
licoroso, que o produtor produz em edições muito limitadas.
No caso dos tintos, o Reserva é nitidamente mais complexo e denso que o regional, elaborado com os melhores lotes de vinho, envelhecidos em barrica de carvalho francês durante três anos e mais dois em garrafa. Garrafas estas também especiais, impermeabilizadas com rolhas premium e lacre de cera de abelha colocado manualmente. Distribuído apenas em restaurantes e garrafeiras selecionadas, são vinhos especiais, elaborados por alguém que pretende fazer bem e sempre melhor. Sorte a nossa.