Protos: A união faz a força
Situada nas encostas de um dos castelos mais emblemáticos de Espanha, em Peñafiel, a Bodegas Protos preconiza um equilíbrio perfeito entre a tradição da produção vitivinícola e a inovação das suas instalações.
Fundada em 1929 por 11 viticultores, a Protos foi a primeira adega cooperativa a surgir na Ribera del Duero, comarca de Peñafiel. Não foi assim aleatória a escolha do nome de uma das marcas de vinho espanholas mais conhecidas e galardoadas do mundo: Protos significa «O Primeiro», em grego.
No entanto, a aura mítica de que se reveste a marca não fica por aqui. Desde a sua localização, à concepção e ao processo de envelhecimento do vinho, o cenário histórico que envolve a Protos em Ribera del Duero cruza lendas, saberes artesanais medievais e os mais modernos traços arquitectónicos. Hoje, a Protos é uma das principais adegas espanholas, não só através do reconhecimento das suas marcas, como pela sua qualidade, e pelos serviços de enoturismo.
Actualmente contam com quase 300 associados e têm capacidade anual para receber até quatro milhões de quilos de uvas e de produzir e comercializar cerca de três milhões de garrafas. Parte desta produção é exportada fundamentalmente para o mercado europeu – principalmente para a Alemanha – e para os países sul-americanos, como Porto Rico, Brasil, Panamá, México e Peru, embora a marca esteja presente em mais de 30 países em todo o mundo.
O terroir da Ribera del Duero propicia a produção de vinhos com um carácter único no mundo. Os Verões muito secos e quentes desta região contrastam com os Invernos muito rigorosos. A pluviosidade é baixa e a temperatura pode oscilar entre os 8º C negativos e os 40ºC positivos. O planalto rochoso é composto por terrenos sedimentares e camadas de argilas soltas, calcário e mangas. A variação local da casta Tempranillo, conhecida como Tinta del País, é responsável por mais de 90% da produção vitivinícola.
Tradição e inovação
No leste da província de Valladolid, muito próximo da confluência do rio Duratón com o Duero, surge o município de Penãfiel, coroado pelo emblemático castelo da época medieval, conhecido pela sua traça longilínea em forma de barco veleiro. É nas suas encostas que se situa a adega Protos.
Os registos da edificação deste castelo datam do século X, renovado posteriormente no século XV. Actualmente, acolhe o Museu Provincial do Vinho, cujas salas (com mais de dois mil metros quadrados) expõem os processos de produção do vinho, assim como as denominações de origem da região: Ribera del Duero, Cigales e Rueda.
Na base de qualquer inovação, há sempre uma grande tradição. Protos é bom exemplo disso. Um dos seus trunfos reside na forma como as vinhas são cuidadas, uma tradição que remonta aos monges da Ordem de Cister. Aliás, toda a região de Ribera del Duero, cuja produção vitivinícola é já milenar, beneficiou do saber de monges beneditinos, provenientes das regiões francesas, no século XII.
Caracterizadas por um crescimento rápido desde os anos 30, a Protos debateu-se cedo com problemas de espaço, exigindo a criação da primeira adega de envelhecimento, construída mesmo no coração da montanha que sustenta o castelo. Já nos anos 80, ultrapassaram outro degrau que as catapultou para o cenário internacional: a integração na DOC (Denominação de Origem Controlada) de Ribera del Duero. Na década seguinte, foi ampliada a adega crianza. O crescimento acelerado, mas de forma consolidada, prosseguiu com a aquisição de uma adega em Anguix, na zona de Burgos, com capacidade para laborar até dois milhões de quilos de uvas, dotada da tecnologia mais avançada.
Desde o seu primeiro reconhecimento com a medalha de ouro na Exposição Universal de Barcelona (em 1929), os prémios e galardões continuam até hoje, tanto em concursos nacionais, como internacionais.
A adega
Fruto da sua crescente ampliação, a Protos alberga hoje oito mil barricas de carvalho americano e francês. O envelhecimento do vinho é feito em galerias subterrâneas com mais de dois quilómetros de comprimento, escavadas por debaixo do castelo de Peñafiel. Lá, os vinhos repousam a uma temperatura de 15 graus e a uma humidade de 75%, valores garantidos durante todo o ano. Aliás, as adegas contam com um laboratório próprio onde é feito um intenso trabalho de controlo e investigação enológica.
Em 2007, foram inauguradas as novas instalações das adegas Protos, um ex-líbris actual de toda a região. O imponente projecto foi levado a cabo por um dos mais prestigiados arquitectos mundiais, Richard Rogers, e teve um investimento de 30 milhões de euros. O conceito criativo une termos díspares que representam o estilo secular da região: modernidade e tradição, flexibilidade e história, vanguarda e tendências. Com estas instalações, Protos pretende responder às crescentes necessidades do mercado e continuar a implementar as mais recentes tecnologias que ajudem a melhorar as suas metodologias tradicionais.
Alguns dos vinhos mais conhecidos da PROTOS:
Protos Crianza - Casta: 100% Tempranillo: Este vinho tem um estágio não inferior a 24 meses, 12 dos quais em pipas de carvalho americano. De aroma frutado a lembrar ameixa e amoras, é redondo e aveludado, com notas de carvalho e um fim de boca muito subtil.
Protos Selección - Casta: 100% Tempranillo: Colhidas manualmente em grades de 18 quilos, as uvas são seleccionadas criteriosamente. A fermentação é feita em balseiros de aço inoxidável a uma temperatura controlada entre os 28ºC e os 30ºC. A maturação ocorre durante 21 dias e o envelhecimento é feito em barricas de carvalho francês durante dezoito meses. Este vinho apresenta uma cor violeta acentuada e tem um aroma intenso, com notas de especiarias.
Protos Reserva - Casta: 100% Tempranillo: Este vinho é mantido em barricas de carvalho francês e americano durante um período mínimo de 16 meses. Depois de engarrafado, ainda repousa durante 24 meses antes de ser lançado para o mercado. O seu aroma mistura frutos silvestres e notas de baunilha. O seu paladar é estruturado e marcante.
Protos Gran Reserva - Casta: 100% Tempranillo (vinhas com mais de 40 anos) : O vinho é mantido em barricas de carvalho francês e americano durante um período mínimo de 30 meses e em garrafas durante 42 meses. Apresenta uma um aroma a frutos silvestres já com alguma evolução. No paladar é poderoso, estruturado e com longo final de boca.