Quinta da Boa Esperança – Um projecto a acompanhar
Não foi fácil comprar a Quinta da Boa Esperança. Primeiro, Artur Gama viu-a e apaixonou-se. Depois, teve de ir conhecer o seu proprietário para lhe fazer uma proposta. Mas o homem era de gancho. Por isso, Artur teve de lá regressar por diversas vezes, de forma a estabelecer uma relação de confiança com o senhor. E, só depois de alguma conversa (e provavelmente alguns copos) o homem lá acedeu vender a sua terra a Artur, e ainda lá ficou a trabalhar até se reformar.
Mas vamos por partes. A Quinta da Boa Esperança situa-se na região de Lisboa, em Torres Vedras, entre o Atlântico e a Serra de MonteJunto. Pertence hoje ao jovem casal Eva Guedes e Artur Gama (na foto, em cima), que compraram a propriedade com o intuito de ali desenvolver a cultura da vinha e do vinho, numa homenagem às raízes familiares, através de métodos tradicionais. E o que ali têm feito desde finais de 2014 , ano da compra da quinta , já é de louvar.
A propriedade trabalha
com vinhas novas e vinhas velhas, numa área total de 8 hectares de vinha em
produção (que já existiam), 9 hectares de vinha plantados e, 1,50 hectare que a
curto prazo ainda será plantado. As vinhas de agricultura sustentável, sediadas
em solo argilo-calcário numa encosta nascente – poente (excelente para a
maturação das uvas), a cerca de 20 quilómetros em linha recta do mar, dão
origem a vinhos frescos, salinos e minerais.
A vindima é manual e o
número de garrafas de edição limitada (entre 300 e 10.000 garrafas; embora na
maioria as edições sejam de 2500 a 3000 garrafas). As castas tintas ali
existentes são a Caladoc, Aragonez, Castelão, Touriga Nacional e Alicante
Bouchet; e as castas brancas a Arinto, Fernão Pires e Sauvignon Blanc
existindo, para já, dez referências: Quinta da Boa Esperança Colheita Tinto;
Quinta da Boa Esperança Syrah; Quinta da Boa Esperança Touriga Nacional; Quinta
da Boa Esperança Alicante Bouschet; Quinta da Boa Esperança Colheita Branco;
Quinta da Boa Esperança Fernão Pires; Quinta da Boa Esperança Arinto; Quinta da
Boa Esperança Sauvignon Blanc; Quinta da Boa Esperança Reserva Branco; Quinta
da Boa Esperança Rosé. Paula Fernandes (na foto junto à barrica) é a enóloga
residente da Quinta da Boa Esperança e Rodrigo Martins o enólogo consultor.
Para já, a ideia é consolidar o projecto de vinhos, mas muito em breve irá desenvolver-se a área de enoturismo, onde os produtores pretendem dar a conhecer a propriedade e desenvolver diversas actividades.