Quinta da Teixinha: Amor à Primeira Vista
Localizada em Portalegre, bem no coração da Serra de São Mamede, a uma altitude de 700 metros, a Quinta da Teixinha é uma propriedade que abrange 105 hectares, dos quais 4 são de vinha. O mais recente projecto da família Soares já está a dar cartas e já deu recentemente a conhecer os primeiros vinhos.
Mais de duas décadas passadas da compra da Herdade da Malhadinha Nova (1998), em Albernôa (Beja), e com o projecto a andar sobre rodas, a família Soares encontra-se agora focada no seu mais recente desafio, a Quinta da Teixinha, em Portalegre. «Visitámos pela primeira vez a Quinta da Teixinha durante a pandemia, em 2021, e três semanas depois já estávamos a fazer a escritura», afirmou Paulo Soares, que juntamente com o seu irmão João gere os negócios da família. Foi ‘amor à primeira vista’. «A quinta é lindíssima, tem um enorme potencial e estamos absolutamente seguros que a Teixinha vai contribuir para a notoriedade da região. Queremos continuar a produzir vinhos de grande qualidade, com um perfil fresco e distinto, possível pela sua localização e altitude», completou João Soares, durante a apresentação dos primeiros vinhos produzidos nesta quinta.
São 105 hectares de propriedade onde já existem cerejeiras, sobreiros, castanheiros centenários e, claro, as vinhas. São 4 hectares, 2 de vinha mais antiga, datada de 1997 (Field Blend); e outros 2 de vinha nova com as castas roupeiro (branca) e Aragonês (tinta), que serviram de base para os primeiros brancos e tintos da propriedade. De futuro, para aumentar a produção, estão ainda previstos mais 8 hectares de vinha, mas sem nunca abandonar o conceito de qualidade que sempre os caracterizou. Segundo explicaram os empresários, serão vinhos de quinta, tesouros que vendidos apenas em garrafeiras ou apreciados em restaurantes de referência.
Apresentados recentemente num dos mais antigos clubes de tertúlias de Lisboa, o Círculo de Eça de Queiroz, os novos vinhos da Teixinha revelaram o perfil fresco e mineral pretendido pelos proprietários. O Teixinha Field Blend Branco 2021 foi elaborado com as uvas das castas Roupeiro, Tamarez, Bical e Arinto da vinha mais velha. Estagiou nove meses em borras finas, evidenciando um aroma contido, mineral, e um paladar estruturado com uma acidez presente e equilibrada. Já o Teixinha Roupeiro, da mesma colheita, como o próprio nome indica é um monocasta da casta Roupeiro com estágio de nove meses em borras finas. Proveniente de uma vinha plantada em 2007, revela características típicas da casta. É um branco aromático, evidenciando-se a fruta de polpa branca e, no paladar, mantém o registo frutado mas consegue ao mesmo tempo revelar secura e alguma austeridade, terminando com um longo final de boca.
Passando para os tintos, o Teixinha Field Blend Barrica 2021 foi produzido com castas presentes nas vinhas mais velhas (Alicante Bouschet, Aragonez e Trincadeira), e estagiado 14 meses em barricas de carvalho francês. Esta primeira edição revela bem a pureza da fruta vermelha, complementada por subtis notas tostadas da madeira onde estagiou. Na boca é fresco, concentrado mas elegante, com taninos muito sedosos.
Neste conjunto de vinhos não poderia faltar o que está a ser considerada uma tendência mundial, os vinhos de ânfora. O Teixinha Field Blend Tava Tinto 2021 evidencia um perfil muito próprio, elaborado com as mesmas castas que o tinto anterior e estagiado durante 14 meses em ânfora de terracota. Mineral e mais terroso, de taninos mais redondos e elegantes, com boa frescura e acidez. Termina com longo final de boca.
De destacar os rótulos, que mais uma vez representam bem a entrega e o envolvimento da família no projectos que abraçam. Se na Malhadinha somos encantados com os desenhos pelos membros mais novos da família, aqui surgem textos feitos pelos mesmos. Estes textos transmitem descrições, pensamentos e opiniões sobre a Quinta da Teixinha, o que nos aproxima ainda mais deste lugar.
Quem acompanha a família Soares desde o início das suas aventuras vitivinícolas sabe que a qualidade e os detalhes são condição ‘sine qua non’ para trabalhar. «Este é mais um projecto onde toda a família está muito envolvida. E é um enorme gosto ver que os nossos filhos se interessam cada vez mais e gostam de participar», revela Rita Soares, CEO da Malhadinha. Mais um projecto que já revela o enorme potencial da quinta e da região do Alentejo na produção de vinhos, como também na área do Enoturismo, onde se espera que no futuro surjam algumas novidades.