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Um foie de chorar por mais

A Atlas Gourmet, empresa espanhola que representa na Península Ibérica os produtos da Rougié, esteve em Portugal a apresentar o novo foie gras com champanhe rosé e pimenta Sarawak. O novo produto será exclusivamente vendido no El Corte Inglès.

Fundada em 1875, a Rougié é a mais antiga empresa de foie gras em França. A sua história inicia numa pequena propriedade na cidade francesa de Cahors, capital do departamento de Lot, onde se começaram a criar os primeiros patos e gansos. A empresa, dirigida primeiro pelo fundador, Léonce Rougié, e depois por seu filho, Jean Rougié, rapidamente ganhou fama e reputação pelos seus produtos de qualidade. Nos anos 50, com o crescimento e internacionalização, a empresa alcançou finalmente prestígio mundial e hoje está presente em vários países, sendo uma das mais reconhecidas do sector.

É nos estabelecimentos da Rougié em Sarlat, no centro da região do Périgord, que a Rougié elabora os melhores foies gras de ganso e pato. Estes são preparados em terrina ou em lata, de acordo com métodos que garantem o respeito absoluto pelos sabores e texturas, assim como de segurança alimentar. Foi para contar a história da Rougié, de foie e de um novo produto da marca que Mario Sequerra, proprietário da Atlas Gourmet, esteve em Portugal. Para isso, juntou-se ao El Corte Inglès e organizaram um jantar de foie no Taberna, um dos restaurantes deste espaço comercial, confeccionado por Alberto Ureña Peral, chefe da Rougié. Durante a refeição, foram provados vários produtos da marca, incluindo o novo foie gras com champanhe rosé e pimenta Sarawak, que no paladar revelou uma textura suave, elegante e sofisticada.

Apesar do foco dado ao lançamento do novo produto, o Foie com Champanhe rosé e pimenta Sarawak, o chefe Alberto Ureña Peral fez questão de mostrar o quanto os patos / gansos podem ser polivalentes na cozinha, dando assim a conhecer outros produtos da Rougié.

Para isso, confeccionou um menu de degustação de quatro pratos, entre os quais se destacaram os pratos com foie, o Bloc de foie gras caramelizado com ovo pouché e trufa; e a Terrina de foie gras de pato com castanhas e geleia Gran Marnier. A completar o menu estiveram o Magret de pato assado com creme de abóbora e baunilha Tahiti com chips de hortaliça; e o Pato ao estilo Royal.

Mario Sequerra com o chefe Alberto Ureña Peral , da Rougié
Bloc de foie gras caramelizado com ovo pouché
Terrina de foie gras de pato com castanhas e geleia Gran Marnier


Foie, um produto de luxo

O foie gras foi descoberto pelos egípcios há mais de 5000 anos. Surpreendidos pelo tamanho e pelo sabor excepcional do fígado das aves migratórias, os egípcios descobriram que estas engordam naturalmente para guardar energia no fígado antes dos seus longo voos. Assim foi descoberto o segredo do foie, depois transmitido aos europeus.

Na Rougié, reproduz-se esse processo natural ao logo do ano todo. Após 12 semanas de criação, os patos adultos são engordados graças a um programa de alimentação individual. Comem 2 refeições por dia durante 10 a 12 dias. A comida é 100% à base de milho, sem hormonas ou antibióticos, o que permite à Rougié oferecer às melhores mesas um produto saudável e saboroso. «A Rougié é a única empresa do mundo que não trata os patos com antibióticos» garante Mario Sequerra, afirmando ainda: «É importante ainda referir que a engorda, que dura apenas alguns segundos, não é stressante nem dolorosa para os animais. A sua alimentação é feita à base dos melhores cereais sem componentes OGM (Organismos Geneticamente Modificados), aos quais são acrescentados apenas minerais e vitaminas» remata.

Para Mario Sequerra, sem exigências máximas de qualidade alimentar, não se podem obter produtos de qualidade.


Por último, Mário Sequerra garante ainda que os produtos da Rougié não utilizam nitritos. Em conjunto com os nitratos, os nitritos de sódio ou potássio são sais de cura utilizados para conservação principalmente de produtos cárneos. Estes inibem o crescimento de microrganismos, mas podem no entanto formar nitrosaminas que são cancerígenas. Assim, para Mário Sequerra, é importante frisar pontos importantes como este que garante ao consumidor que está perante produtos fiáveis. «Sem exigências máximas de qualidade alimentar, não podemos ter produtos de qualidade. E o foie é um alimento que sempre levanta alguma polémica, daí ser importante realçar estes pontos».

Mário Sequerra revela ainda que no pato, tudo é aproveitado. «Tiramos o fígado para o foie, as coxas para confit, o peito para magret, os bicos para fazer bengalas, as penas para colchões…nada é deitado fora». Prova disso é o portfolio da Rougié, que detém os mais variados produtos, desde o foie fresco, às conservas e semi-conservas e especialidades.