Um hotel dedicado ao vinho
Haverá poucos hotéis no país que dedicam tanta atenção ao vinho. Chama-se Monverde e pertence à Quinta da Lixa, na região dos vinhos Verdes.
Em 1986, Óscar e Alberto Meirelles, juntamente com o primo Manuel, fundaram uma pequena empresa que inicialmente vendia o vinho a granel. Em pouco tempo, apercebendo-se da qualidade do vinho que produziam, começou a ser engarrafado com marca própria, alcançando um bom reconhecimento no mercado, tanto a nível nacional como internacional. Com o aumento da exportação, começaram também a precisar de um espaço para receber e hospedar parceiros e clientes internacionais que os visitavam. Puseram mãos à obra e, a poucos quilómetros da adega, numa propriedade de 30 hectares que tinham em Telões, entre Felgueiras e Amarante - a Quinta de Sanguinhedo - decidiram recuperar uma das casas que ali havia em ruínas para servir de alojamento. A ideia inicial acabou por ganhar novos contornos quando o arquitecto Fernando Coelho se começou a entusiasmar com o projecto e, juntamente com os sócios da Lixa, decidiram não apenas reconstruir uma casa mas sim recuperar várias e fazer dali um hotel vínico que fosse uma referência na região.
Durante o ano de 2014 e parte do ano de 2015, decorreram as obras de requalificação das construções existentes na propriedade e foram também criadas as restantes infraestruturas de apoio necessárias ao funcionamento do hotel, tendo a actividade turística arrancado em Maio de 2015. Pensado numa vertente ecológica, foi reutilizada 80% da pedra já existente nos antigos edifícios. O tratamento da madeira e as tintas utilizadas são de reduzido impacto ambiental, o uso de painéis solares é uma constante, e as águas são reaproveitadas para rega das vinhas e jardins. A decoração esteve a cargo de Paulo Lobo, que manteve o verde e o castanho como tons dominantes, e também diferentes tipos de madeira. No edifício central, uma escultura - ‘Chuva de Folhas’ - homenageia a vinha e as gentes que a trabalham. São 366 folhas de videira esculpidas em madeira, uma para cada dia do ano (sendo uma delas dourada a representar o 366º dia dos anos bissextos). A escultura domina toda a zona comum de bar, sala de estar e restaurante.
O hotel tem mais de 30 alojamentos, um restaurante e SPA, distribuídos por três casas recuperadas instaladas no meio das vinhas. Passado pouco mais de quatro anos da sua abertura, já arrecadou vários prémios e assume-se hoje como um dos melhores hotéis do país, nomeadamente na área do vinho, onde é o mais completo ao nível de serviços. Não fosse a sua génese a paixão pelo vinho e tudo o que com ele está relacionado. Além das massagens e tratamentos de vinoterapia (corpo e rosto), os hóspedes têm ainda diversas actividades relacionadas com vinho, como participar nas vindimas quando é a sua época, criar o seu próprio vinho através de lotes de diferentes castas ou frequentar um curso sobre vinhos, provas comentadas ou workshops de cozinha onde se aprendem as melhores harmonizações com os vinhos da Quinta da Lixa. Outras actividades a explorar são os passeios a cavalo e de bicicleta, as caminhadas, entre outras.