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Um novo produtor do Dão

Existem novos projectos a nascer na região do Dão, a maioria deles inspirados em tradições familiares. Este é um deles.

António Vicente Marques tem raízes e memórias de infância do Dão, terra onde viveu momentos inesquecíveis com o avô materno Manuel Vicente, nas suas palavras, um dos homens mais generosos, educados e honestos que conheceu na vida, e ao qual presta agora homenagem através dos seus vinhos. 

Após ter emigrado para o Canadá, de lá ter trabalhado, e de seguidamente ter regressado e se ter formado em Direito na Unversidade de Coimbra, António Vicente fundou em 2003 um escritório de advogados de sucesso, com escritórios em Lisboa, Luanda e Maputo. Agora decidiu também lançar-se no projecto de vinhos D. Vicente que, no fundo, foi um apelo às origens e a concretização de um sonho antigo.

Começou por comprar 21 hectares a um proprietário, e mais uns quantos hectares a outros tantos proprietários, que lhe foram vendendo terrenos a pouco e pouco. Neste momento, já é detentor de 100 hectares, sendo 42 de vinhas (incluindo 14 de vinha velha), todas elas em Carregal do Sal. Para já, existem três brancos e três tintos. Dom Vicente Field Blend; Dom Vicente Encruzado e Dom Vicente Encruzado e Malvasia Fina (nos brancos) e Dom Vicente Field Blend, Dom Vicente Reserva e Dom Vicente Syrah Reserva (nos tintos). Todas as colheitas são de 2017, excepto o Reserva tinto, de 2016. Os brancos expressam a mineralidade do granito, são vinhos de grande frescura e elegância. Os tintos são estruturados, frescos e gastronómicos. Vinhos de autor, assinados pelo enólogo António Narciso. Futuramente vai ainda surgir a marca Amélia, nome da avó de António, mulher de Manuel Vicente e também ela um ser humano de fibra.

Nos primeiros vinhos Vicente predomina frescura e mineralidade

 Segundo António Vicente, o que se pretende é continuar a desenvolver anualmente, pelo menos, mais dez por cento da área que já tem, a caminho de o transformar num projecto de referência.