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Vinhos D’Ouro

A Menin Douro Estates apresentou recentemente três monocastas e dois vinhos do Porto que agora se juntam ao já vasto portfólio de uma marca que cada vez mais dá cartas na região.

Não é de hoje e continua a acontecer com frequência. São muitos os investidores a vir a Portugal, a negócios ou lazer, e a apaixonarem-se pela região do Douro. Não é de estranhar, já que este território, classificado desde 2001 como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, tem uma beleza de tirar a respiração. E bons vinhos.

Foi assim que Cristiano Gomes (com negócios na área financeira e no sector imobiliário) e Rubens Menin (um dos homens mais ricos do mundo, à frente do grupo económico no Brasil que inclui a construtora MRV, o Banco Inter, a rede de televisão CNN Brasil e empresas de logística e urbanização) decidiram ir para a frente com a vontade de comprar terras no Douro. A aquisição das possíveis propriedades foi analisada ao pormenor, tendo em conta o potencial que apresentavam. Acabaram por comprar inicialmente duas quintas, a Quinta da Costa de Cima e a Quinta do Sol, em Gouvinhas, Sabrosa, no Cima Corgo, com 72 hectares (dos quais se incluem 11 hectares de vinhas velhas com mais de 100 anos com mais de 60 castas identificadas, junto às margens do Douro). O entusiasmo foi crescendo e, entretanto, os empresários adquiriram outros 55 hectares na sub-região do Baixo Corgo. A ideia, desde o início, é apostar na qualidade e nos segmentos superiores para comercializar vinhos de alta gama.

Assim, o primeiro vinho a ser lançado foi o Douro’s New Legacy Reserva tinto 2018, elaborado a partir de uma variedade de castas de vinhas velhas, umas com mais de 100 anos, e de Touriga Nacional com mais de 45 anos. É o topo de gama do portfolio, vendido a mais de 100€. Só depois surgiram os Grande Reserva e os Reserva Branco e Tinto, a preços mais acessíveis, mas sempre na gama ‘premium’. Desde o início, a enologia está a cargo de Tiago Alves de Sousa (consultor), sendo João Rosa Alves o enólogo residente.

Vinhas da MENIN (em cima). João Rosa Alves e Tiago Alves de Sousa (da esq para a dirt, em baixo)



Este ano, as novidades não se fizeram esperar e a MENIN lançou três monocastas da colheita de 2020, um ano quente e seco que exigiu mestria na vinha e na adega, mas que revelam o melhor que o Douro pode dar. Destaca-se o MENIN Tinta Roriz 2020, um vinho de aroma a fruta vermelha e especiarias, muito fresco, elegante e harmonioso no paladar e madeira bem integrada (foram lançadas apenas 801 garrafas). Já o MENIN Touriga Franca revela a intensidade dos frutos pretos e vermelhos, das notas florais e um paladar com taninos sedosos mas persistentes (desta edição estão disponíveis 1107 garrafas). Quanto ao MENIN Touriga Nacional é um vinho complexo e volumoso, no qual sobressaem os aromas característicos da casta: frutos pretos e vermelhos silvestres, florais de violeta, leves notas de esteva e de chá preto (esta é a edição com mais garrafas no mercado, 2022). «Entre as 120 castas que encontramos no Douro, as Tourigas Franca e Nacional, assim como a Tinta Roriz, assumem um papel particularmente  importante.  São castas tradicionalmente encontradas em vinhos de lote, mas o enorme potencial e equilíbrio das uvas da Quinta da Costa de Cima permitiram-nos individualizá-las em vinhos distintos em que a identidade varietal é elevada pela singularidade do terroir das vinhas», afirma o enólogo Tiago Alves de Sousa.



Além dos vinhos tintos, a MENIN lançou também dois generosos, um LBV DE 2019 e um Vintage DE 2020. O MENIN Porto Late Bottled Vintage  nasce da seleção de variedades de uvas que se encontram plantadas em parcelas com a classificação máxima para Vinho do Porto, as parcelas de Letra A. Oriundas de Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Amarela, as diferentes parcelas encontram-se em exposições que variam entre Sul, Poente e Norte, possibilitando desta forma, vinhos de enorme concentração e frescura. As uvas são transportadas em caixas de 18 Kg de capacidade até à adega de forma a preservar toda a integridade do cacho. Após uma primeira seleção, as uvas são desengaçadas e é realizada uma segunda triagem, de forma a eliminar bagos desidratados que possam transmitir notas mais sobremaduras ao vinho. As uvas foram co-fermentadas em lagares onde decorrem a fermentação com leveduras indígenas. O controle da temperatura permitiu regular a cinética fermentativa de modo a ser possível fazer uma extração mais intensa e prolongada. Atingido o baumé desejável, o lagar foi fortificado com adição de aguardente vínica. Após 48 horas, realizou-se separação do líquido das massas onde posteriormente se realizou nova repisa. No nariz este vinho revela aromas de frutos pretos do bosque especiaria e notas vegetais. Tem um paladar estruturado e elegante, com tudo no seu lugar.

As novidades da MENIN incluem dois vinhos do Porto



O seu ‘irmão mais velho’ o MENIN Porto Vintage, estreou-se com o reconhecimento fora de portas no concurso International Wine Challenge 2023, ao receber 96 pontos de pontuação e uma medalha de ouro. Este vinho nasce igualmente de uvas da Letra A. Oriundas de Touriga Franca, Touriga Nacional e Vinhas de Field Blend, as diferentes parcelas encontram-se em exposições de predominância Sul e Poente, possibilitando assim vinhos de enorme concentração. A vinificação foi idêntica à do Late Bottle Vintage. De cor ruby profunda, quase opaca, destacam-se as notas florais, de fruta preta e especiarias, e um paladar complexo mas elegante, equilibrando na perfeição a doçura e a acidez.  «O lançamento de um vinho, seja ele qual for, é sempre um momento especial para nós. Tratando-se de dois vinhos do Porto, a expectativa é ainda maior. Assim como a responsabilidade. Estamos seguros de ter produzido um LBV e um Vintage à altura da região onde foram produzidos», remata Tiago Alves de Sousa.