Vinhos que se destacam

A Quinta do Paral esteve em Lisboa a apresentar as novas colheitas dos seus vinhos produzidos na Vidigueira. Uma propriedade com um terroir especial que ganha expressão na produção de vinhos de qualidade.
Já lá vão uns anos que o empresário alemão Dieter Morszeck, ex-presidente e neto do fundador da marca de malas de luxo Rimowa, se apaixonou por Portugal. Por várias vezes veio passar férias a Melides, até que em 2017 passou pela Vidigueira e apaixonou-se uma vez mais por terras alentejanas, ao ponto de adquirir 85 hectares onde já existiam vinhas.
Sendo também um bom apreciador de vinhos, Dieter Morszeck viu ali a oportunidade de produzir vinhos ímpares, e também um bom potencial de desenvolver uma unidade de enoturismo – um hotel de luxo com 18 quartos actualmente em construção - que fosse ao encontro dos seus sonhos.
Situada no Alentejo, na sub-região da Vidigueira, a Quinta do Paral tem como filosofia a sustentabilidade. Esta é uma das palavras chave deste projecto que respeita os eco-sistemas e os métodos de produção tradicionais. Ali, existe também um tesouro, vinhas velhas com mais de 50 anos de idade e castas variadas que permitem ao empresário alemão a produção de vinhos diversificados. As castas nacionais existentes passam pela Arinto, Antão Vão, Perrum e Verdelho (nas brancas), e Aragonês, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Grossa e Tinta Caiada (nas tintas). As mesmas crescem ao lado das castas internacionais como a Alicante Bouschet, Syrah, Petite Syrah, Petit Verdot e Cabernet Sauvignon (tintas) e Sauvignon Blanc, Chardonnay, Viognier e Vermentino (brancas).
Segundo Luís Morgado Leão (na foto de entrada, à direita) estes vinhos pretendem revelar o grande potencial da Vidigueira para a produção de vinhos, «vinhos genuínos e com carácter». Uma filosofia repetida pelos seus colegas João Anjinho (responsável do Mercado Nacional) e Maria Pica (responsável Comercial e de Marketing» que também estiveram presentes no evento.
.

Durante a prova foram apresentadas as categorias Regional, Colheita Seleccionada, Reserva e Vinhas Velhas, nas versões branco e tinto. Estes vinhos são distribuídos em Portugal, «mas a vertente de exportação já é grande, ultrapassando os 60%, principalmente para a Alemanha, Macau, Bélgica, Suíça, Canadá e Brasil. Este ano, iniciaram também negociações com os Estados Unidos e Japão», revela Maria Pica». Um negócio em constante evolução, com saldo positivo, mesmo que para o público português o preço do entrada de gama (com o PVP a rondar os 8,90€) seja um pouco puxado. No entanto, os vinhos Reserva e Vinhas Velhas, dois topos de gama que não ultrapassam os 30€, são vinhos mais potentes, frescos e gastronómicos, valorizados pela qualidade em relação ao preço.

Na prova (e almoço), que decorreram no restaurante ‘O Frade’, em Lisboa, destacaram-se o Vinhas Velhas branco (produzido com as castas Antão Vaz e Perrum), e o Vinha Velhas tinto (feito a partir das castas Aragonez e Tinta Grossa) pela sua complexidade elegante, ambos de 2018. Vinhos que revelaram deste o primeiro momento o que de melhor as vinhas velhas podem dar, um equilíbrio notável entre fruta, acidez e álcool, com madeira muito bem integrada, proporcionando memoráveis momentos de prova.

