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Wine Stone, um ano de esforço e crescimento  

A Winestone reuniu recentemente na Quinta do Retiro Novo para mostrar o trabalho realizado no último ano, e também apresentar e dar a provar vinhos das várias regiões onde produz. O grupo, que se prepara para fazer grandes investimentos no enoturismo, mostrou agora o potencial das novas aquisições e a sua visão para o crescimento no setor.

Após criar a nova plataforma de negócios Wine Stone, o Grupo José de Mello tem trabalhado para atingir as suas ambições, que passam por tornar-se o terceiro maior operador do setor, prevendo uma faturação superior a 60 milhões de euros até 2030. Este crescimento será certamente alcançado, tendo em conta as recentes aquisições, entre as quais está a Quinta do Retiro Novo onde, tal como acontece noutras propriedades, o foco é o vinho, mas onde os investimentos no enoturismo serão uma realidade.

A Quinta do Retiro Novo, no Douro, juntamente com a Quinta do Côtto (na mesma região) e o Paço de Teixeiró (nos Vinhos Verdes), destaca-se como uma das novidades no portefólio do Grupo José de Mello, que diversificou assim a sua presença geográfica além do Alentejo, onde possui o Monte da Ravasqueira (em Arraiolos). A aquisição da marca secular Krohn, reconhecida pelos seus vinhos do Porto, também representou um passo significativo nesta estratégia de diversificação. «Neste último ano, realizámos um trabalho intenso e transformador. Integrámos novas empresas, reformulámos portfólios e renovámos todo o nosso património vitivinícola, tanto aqui, no Retiro Novo, como em Pancas. Este processo incluiu uma reformulação completa dos nossos portfólios, criação de uma nova marca, imagem e posicionamento, tudo implementado em poucos meses. Já temos alguns vinhos que começam a ser lançados, e era precisamente isso que queríamos partilhar, fazendo um ponto de situação sobre o progresso da Wine Stone», afirmou o CEO da Wine Stone, Pedro Pereira Gonçalves. E adiantou ainda: «É importante referir que estamos num ciclo inicial, em que estamos a criar bases sólidas para o desenvolvimento do grupo, de acordo com a ambição que partilhámos. Os desafios desta fase são diferentes dos de uma empresa em maturidade; estamos num período de crescimento e estruturação, estabelecendo o alicerce para um futuro promissor», rematou. Além de estabelecer-se como um dos principais operadores do setor, a Winestone planeia também exportar 60% das suas vendas, com foco em mercados estratégicos como Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Canadá e Alemanha.

A equipa da WineStone mostrou o trabalho do último ano na Quinta do retiro Novo, no Douro
No que toca enoturismo, a Wine Stone revela que se preparam grandes investimentos mas ainda não revela quais



Durante o evento, foi promovida a degustação de uma seleção de vinhos da Wine Stone, provenientes das diferentes regiões vitivinícolas, destacando-se alguns entre os demais. O Ravasqueira Reserva da Família Tinto 2022, que combina as castas Touriga Nacional e Syrah, brilharam num vinho muito afinado. Após a sua vinificação, o tinto estagiou durante 12 meses em barricas de carvalho francês, resultando complexo, harmonioso e robusto. Já o Ravasqueira Syrah Viognier tinto 2021 revelou-se igualmente elegante, com a vantagem de ser original, já que é um tinto de uma casta tinta (Syrah) à qual se uniu uma casta branca (Viognier), conferindo-lhe um carácter único e sofisticado. Destacou-se na prova pela estrutura elegante dada também pelo estágio em barricas novas de carvalho francês durante 18 meses. Mas o Ravasqueira Touriga Franca 2019 foi, sem dúvida, um dos mais destacados da prova, revelando-se numa escolha de eleição. Com estágio em barricas novas de carvalho francês durante 19 meses, a Touriga Franca revelou-se em pleno esplendor, com taninos aveludados e uma profundidade aromática marcante.

Por último, nos brancos em prova, evidenciaram-se os rótulos do Paço de Teixeiró, da região dos Vinhos Verdes. O Avesso 2023, por exemplo, foi elaborado com estágio em barricas de carvalho francês durante 5 meses, com battonage,  revelando um perfil equilibrado, com fruta marcante, acidez viva e final persistente. Já o Paço de Teixeiró Loureiro, em particular, é um exemplar que reflete a essência aromática e vibrante da casta Loureiro, típica da região, apresentando notas florais delicadas e toques cítricos, acompanhados de uma boa acidez.

No que toca enoturismo, a Wine Stone revela que se preparam grandes investimentos, mas ainda se encontra a definir o melhor caminho. Segundo Pedro Pereira Gonçalves, existem várias possibilidades de actividades que podem integrar um enoturismo completo e atrativo, mas estão neste momento a ser ainda estudadas  todas as opções para entender quais experiências se adequam melhor a cada tipologia de ativo, tanto no Retiro Novo,  como em Pancas, na região de Lisboa. «Queremos desenhar um plano detalhado e estratégico que inclua um plano de investimentos para o enoturismo, que é realmente uma vertente fundamental para o nosso futuro», explica ainda o gestor, remantando: «O objetivo é garantir uma interação positiva com os visitantes, mas para tal são necessárias valências e a estrutura necessária para tornar o enoturismo numa experiência relevante e única».